PREPARAR BEM O NATAL DEFINITIVO…
Antigamente as nossas mães e não era por
desleixo, mantinham-se até “à última”
antes do parto. “Consultas periódicas”
e específicas durante a gravidez eram raras. Os partos, entre dores e
contorções, aconteciam na altura mais ou menos prevista. Raramente eram
assistidos a não ser pela “parteira” indicada
pelo povo, guiando-se ela mais ou menos pela sorte, curiosidade e instinto. O “pós-parto” era realizado sempre em casa
olhando pelos filhos já nascidos. Felizmente, hoje tudo mudou para melhor. Ao invés
os partos escasseiam.
Maria, a menina de Nazaré, também não teve
assistência alguma durante a sua gravidez. Não houve parteira quando chegou a
altura dela “O dar à luz”. Mais
grave ainda foi a viagem de “alto risco” até Belém, para efetuar o seu recenseamento
e o de José, imposto por César Augusto.
José por sua vez, recebeu Maria por sua esposa e
mergulhou no mistério de Deus anunciado em sonhos. A viagem, o recenseamento, a
procura de hospedaria, o encontrar abrigo, o parto de Maria, o contemplar a
glória do menino recém-nascido, a multidão dos anjos, os pastores, o levá-lo ao
Templo para ser circuncidado, os magos, a fuga para o Egipto, o regresso e o
fixarem-se em Nazaré, foram mistérios intensamente vividos por José e que lhe
valeram o título de “Custos
Redemptoris”.
Uma vez mais, somos convidados a entrar na
dinâmica de Advento-Natal-Epifania. Mistérios tão próprios de Maria e de José.
Mistérios tão próprios de todos os cristãos. Mistérios que nos projetam sempre para
a escatologia tão recordada no mês que findou. Mistérios onde todos nos
inserimos. Realmente esperamos
a vinda do Senhor Jesus, rei imortal. Aguardamos
também o nosso verdadeiro e definitivo “nascimento” para a intimidade
trinitária na presença de todos os santos. Essa sim, há de ser a nossa última
epifania. Depois será a eternidade sem fim onde todas as coisas se renovam continuamente,
numa dinâmica sem fim. Esperar e pedir: “Vinde, Senhor Jesus!” - Eis o tempo em
Advento.
Preparar bem o Natal definitivo eis o desafio de
todos os dias. Preparemo-nos pois, em cada momento que passa, permanecendo vigilantes
até que Ele chegue.
Até que o nosso natal aconteça, não nos cansemos de celebrar a
presença de Deus em nós graças ao Seu natal, à Sua vida pública, à Sua morte /
ressurreição e graças à vinda do Espírito que nos conduz à santidade e nos
torna agradáveis a Deus e capazes de sermos parte integrante do Seu louvor.
“…Onde estiver a humildade
e o amor à cruz, ali está Jesus
(D. João)
Maranathá Vinde, Senhor Jesus!
Guarda, 2014-12-01
P. Alfredo Pinheiro Neves
(Assistente Geral )