terça-feira, 24 de abril de 2007

História de um tronco de árvore...

REFLEXÕES...

Deita fora essa etiqueta
Que te faz parecer um santo
Não aconteça, entretanto,
Que não esteja correcta.

Abre-te à realidade
"Bem te quer, quem te avisa"...
Espalha a suave brisa,
Que indicia santidade.

Se esse é o teu tronco, afinal,
Aceita-o tal qual é;
Não suprimas nem um pé,
Poderia ser fatal...

Verias os teus irmãos
Na outra margem, felizes,
Sem ouvirem o que dizes,
Nem poderem dar-te as mãos.

Quanto a seres tronco robusto,
Belo e já sem adereço,
Não digas: "tudo mereço
Que torne templo vetusto".

Pensar que nada é teu,
Tudo de Deus recebeste,
Que és um tronco agreste,
Ainda que sem labéu...

Sonhaste ser importante,
Mesa de altar, ou de Cruz?
Basta-te ser chama e luz,
Que conforta o caminhante.

E cinza serás, por fim:
Acontece a todo o crente,
Que se dá completamente
E se entrega todo a Mim.

Dar assim tudo, parece
Algo que não tem sentido;
Mas o prémio adquirido
É eterno, permanece...

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