sábado, 28 de abril de 2012

FESTA, TAMBÉM, NO OUTEIRO DE S. MIGUEL!


Na impossibilidade de aparecermos em Kilenda, de uma maneira misteriosa que fosse, juntámo-nos no Outeiro de S. Miguel. Existe sempre maneira de anular as distâncias, sejam elas quais forem: a ORAÇÃO.
Era um grupo considerável, proporcionalmente aos membros da Liga ainda a mourejar pelo planeta. Mas, em vez de 50% de população jovem em cem mil habitantes, como acontece na "missão" das nossas Irmãs, bem ao contrário, cerca de 80% de gente idosa, embora com espírito jovem.
Celebramos a eucaristia, com cânticos adaptados à circunstância. Essa de acompanhar os cânticos com expressão corporal, ainda nos veio à ideia. Porém, atendendo à idade dos participantes, decidimos não o fazer. Corríamos o risco de ficar ali 8 horas, em vez das 4 que durou a celebração eucarística descrita pelo Sr Pe Bastos, que faz parte da nossa comitiva em Kilenda, com grande entusiasmo!
Na homilia, refletimos sobre a Palavra de Deus e sobre os escritos do Sr D. João, que são sempre atuais, e neles se encontram ideias novas, por mais vezes que sejam lidos.


Ser apóstolo

«Grande, sublime acção a daquele que, à semelhança de S. João Baptista, prepara o caminho para Deus entrar nas almas!
É a acção do apóstolo da fé e da caridade! Na terra não a há maior nem mais consoladora, porque é ser-se instrumento de Deus na Obra das obras, a salvação das almas.
O apóstolo atinge, já na vida presente, uma grandeza e desfruta um gozo que excede em muito a grandeza e o gozo que o mundo promete aos seus adoradores!
Na outra vida, porém, essa grandeza e esse gozo vão muito além do que a nossa imaginação pode conceber de melhor!
E o apóstolo tem assegurada a sua salvação, se perseverar no seu apostolado; segundo a promessa do Senhor, será grande no céu!
Quem pode ser apóstolo? Todos os que tiverem fé e caridade!
O campo é tão vasto que todos lá têm que fazer.
E as almas de fé e caridade terão todas o dever de se entregar ao bem espiritual do seu próximo?
Por dever do seu cargo, os sacerdotes e os demais superiores estão a isso sempre gravemente obrigados, quando se trate da salvação dos seus inferiores.
Os restantes, porém, só algumas vezes; mas poderão as almas de fé viva e caridade ardente ficar insensíveis perante os progressos do mal que leva tantos à perdição, podendo desviar alguns desse mau caminho?
Será perfeição, entregarem-se a uma piedade cómoda e egoísta, não procurando aproveitar todos os ensejos para fazerem o bem tão necessário?
Esperarão esses avaros para com Deus ser por Ele tratados com a mesma generosidade com que o hão-de ser os apóstolos?
Se assim o julgarem, enganam-se!
É só aos que se sacrificam por causa do seu nome, que o Senhor promete cem por um e a vida eterna.
É só aos discípulos que abandonarem as comodidades e O seguirem, que Ele promete um lugar de destaque no Céu.
E há tanta gente, que se diz cristã e até frequenta as práticas de piedade, que podia, sem grande sacrifício, fazer muito bem às almas, e nada faz, passando uma vida quase inútil, quando não perigosa, pelo desprezo dos talentos que nosso Senhor lhe deu ou por não fazer bom uso dos bens de que a fez depositária!...
E é tão fácil ser apóstolo!... Apenas três condições se exigem: viver habitualmente na graça de Deus; fazer ao próximo todo o bem possível de harmonia com a situação em que cada um se encontra; fazer o bem só por amor de Deus!
Será isto muito difícil? Não será antes facílimo?
A que obras deve dedicar-se quem desejar ser apóstolo?
A quaisquer, desde que sirvam para dar glória a Deus e fazer bem ao próximo, mas devem preferir-se estas, que são as mais necessárias e salutares: os seminários, a Boa Imprensa, o ensino oral da doutrina cristã aos grandes e aos pequenos, as escolas onde se formem educadores e artistas sinceramente cristãos, o culto nas igrejas, a protecção aos pobres.
Ah! Se todos os que podem, quisessem trabalhar a valer neste grande campo do bem!...
Peçam-no com instância e fervor ao Senhor os que já nele trabalham, que as boas vontades hão-de surgir numerosas!
Mas, cautela! Não se meta o demónio do orgulho e da vaidade nas obras de Deus, que as mataria, e aniquilaria o apóstolo!
Que cada um dos que nelas trabalham, se convença que é um instrumento desajeitado nas mãos de Deus, servo inútil, voz do que clama no deserto, como de si dizia João Baptista».

D. João de Oliveira Matos



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