Coloco estas duas fotografias, onde podem distinguir bem a ir. Purificação. Foram tiradas no dia 14 de junho de 2014 no Seminário do Fundão. Este foi o espaço onde ela viveu a maior parte da sua vida de Serva de Jesus. Tinha no seu coração um grande amor a este lugar e a todas as pessoas que aqui conheceu, por isso, quis estar presente no dia em que foram encerradas as atividades da Liga dos Servos de Jesus nesta casa.
O grupo que esteve presente no encerramento das
atividades da Liga dos Servos de Jesus no Seminário.
Um Testemunho sentido e partilhado
“Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram”.
(1ª Cor. 15,20)
“Jesus propôs-lhes outra parábola:
«O Reino do Céu é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou
no seu campo.É a mais pequena de todas as sementes; mas,
depois de crescer, torna-se a maior planta do horto e transforma-se numa
árvore, a ponto de virem as aves do céu abrigar-se nos seus ramos.
Jesus disse-lhes outra parábola: «O Reino do Céu é semelhante ao fermento que
uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha, até
que tudo fique fermentado.» ( Mt. 13, 31-33)
Não foi há muito tempo que a Irmã
Purificação de Jesus nos deixou num breve adeus.
Na Eucaristia que antecedeu o cortejo
fúnebre o Assistente Geral da Liga deixou os seguintes pensamentos:
Face a uma assembleia cristã tão
específica e tão conhecedora da Palavra de Deus, bastava à mesma consciencializar
o que ensinava S. Paulo na primeira leitura. Na verdade, Se Cristo não tivesse ressuscitado, seria sempre vã a nossa vida e
ainda mais vã a nossa atividade apostólica. Mas não! Cristo ressuscitou e Ele
não deixa de ser como as primícias da ressurreição de todos nós. Mais fácil de
compreender, continuou ele, eram as duas
parábolas do Evangelho sobre o Reino de Deus: a parábola da mulher que coloca o
fermento em duas medidas de farinha e a do homem que espalha o grão de mostarda,
a menor das sementes, até se tornar em árvore.
Foi com os ensinamentos destas duas
parábolas que depois falou da ir. Purificação.
Conhecera-a, pela primeira vez, em 1967.
Era ele uma criança. Todos os dias trazia aos alunos e levava aos sacerdotes o
alimento necessário. Depois acabaria por lidar com ela durante muito tempo e em
diferentes atividades.
A ir. Purificação, disse ele, foi a
mulher do TRABALHO: paciente, escondido,
humilde e constante. Paciente, pois era necessário saber esperar
horas a fio e de modo atento, até que o mesmo se pudesse concluir; escondido,
pois tal como o fermento também passava despercebido, mas sem deixar de atuar; humilde,
porque sempre verdadeiro; constante, pois a irmã sabia estar sempre no
lugar que lhe competia.
A ir. Purificação foi uma mulher de
ORAÇÃO: sempre pontual (andasse ela
por onde andasse na hora certa ela aparecia na comunidade e em comunidade
rezava). Oração revestida de Simplicidade
(sem muitas palavras, mas sempre com as indispensáveis). Da oração feita em
Segredo. (e por ter sido em segredo,
só Deus a terá conhecido. Por essa oração, a ir. Purificação, neste momento, já
terá recebido a recompensa).
A ir. Purificação foi uma obreira da
PAZ: Ela soube ser tolerante sem deixar de ser exigente e estando sempre com
todos, nunca deixou e era a primeira a estar do lado dos mais fracos.
A ir. Purificação foi a mulher da
PREPARAÇÃO tranquila: Preparação que foi sempre crescendo como o fermento da
parábola ou como a semente da mostarda; da preparação feita através da vivência
do ideal do servo de Jesus e da Liga; da preparação tranquila nos últimos meses
em que a doença se visibilizou exteriormente. Pelos sacramentos recebidos
ter-se-á purificado ainda mais para Deus.
A ir. Purificação foi a mulher da
TRANQUILIDADE serena, pois que consciente de que Deus também reinou nela e por
ela. E tal como as flores adormecem tranquilas no seu existir e no seu perfume,
também ela assim adormeceu junto do Senhor a Quem tantas vezes recebeu como Pão
eterno e para o Qual soube transportar não apenas flores naturais, como também
a flor da entrega generosa e o aroma de quem se deixa conduzir pela força do Seu
Amor.
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