quarta-feira, 14 de outubro de 2009

FORMAÇÃO (cont.)

As Constituições: Pobreza e Castidade

As Constituições não deviam ser um aguilhão para nos ajudarem a cumprir fosse o que fosse, mas antes uma norma que nos alertasse para algum exagero, lembrando-nos, por exemplo, que “mais casto do que isto não é necessário”; Deviam ser o corrimão em que nos apoiamos, o auxiliar poderoso para nos levarem a pôr em prática as normas ali prescritas.
O importante no cumprimento de normas é a paixão por Jesus Cristo, que deve imperar no nosso coração, e o desejo de O imitar.
A prática de qualquer virtude tem de brotar do coração e dali estender-se a todo o ser.
Para se ser casto, não basta observar o 6º e o 9º mandamentos. Podemos viver estes e ter o coração adulterado.
O que significa ter o coração adulterado? Estar apegado a uma amizade doentia, a nós próprios, ao carro, ao dinheiro, ao nosso espaço, às nossas coisas, ou até à casa onde trabalhamos. Quanto mais eu viver a pobreza e a castidade, mais livre sou.
Não temos votos, mas o compromisso de viver os Conselhos Evangélicos é caminho de libertação. Os tipos de adultério referidos ferem mais a Deus do que uma falha na castidade.
O capítulo da pobreza é sempre o mais difícil de cumprir. Cada um tem a sua maneira de o interpretar.
Queremos ser Cristo visível. As pessoas (famílias, alunos, professores, funcionários), quando olham para nós, vêem Jesus Cristo?

Obediência

Jesus não só obedeceu ao Pai, mas aos homens: obedeceu à Sagrada Família, aos Romanos, à Lei. E fê-lo, porque via nisso a vontade do Pai, via-O presente em tudo.
No Horto das Oliveiras, Jesus disse: “Pai, faça-se a tua vontade, não a minha”. Isto prova que a vontade de Jesus, se fosse independente da do Pai, não era a de sofrer e morrer. Dispõe-Se, por isso, a fazer a do Pai e a esquecer a sua. Jesus é obediente até à morte. Obedecer exige, para nós, a morte do nosso eu.
Jesus obedece, porque ama o Pai e não quer outra coisa senão fazer a sua vontade.
Obedecer à Coordenadora é obedecer ao Pai. O Espírito Santo assiste quem manda, mas também quem obedece, actua nos súbditos. Se os Coordenadores não ouvem o que diz o Espírito através dos súbditos, podem pecar contra o Espírito Santo. Daí, a importância do diálogo. Saibam, contudo, que a última palavra é a da autoridade!
Para a prática da obediência e das demais virtudes, é imprescindível ter vida de oração. As Servas são “mulheres” de oração pelo carisma que lhes legou o Fundador. O trabalho também é oração, mas não substitui os momentos específicos que à oração devem ser dedicados. Lembremo-nos da meia-hora diária de adoração, diante do sacrário, e mantenhamo-nos fiéis a essa prática.
Maria é modelo de oração. Paulo VI apelidava-A de virgem dada à oração.
Hoje, a alma do mundo está doente! Cada vez mais, a nossa vida de oração tem razão de existir. Temos de contrabalançar com as desordens do mundo actual.

Configuração com Cristo

Temos de fazer esforço por nos configurarmos, cada vez mais, com Cristo. Esta configuração passa, sobretudo, pela caridade. Se Deus é AMOR, Jesus é o amor feito carne. Quanto mais nos amarmos, mais nos configuramos com Jesus. “Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”, diz S. João.
O texto das Constituições exorta-nos a viver o amor como S. Paulo o define: paciente, serviçal, benigno, não se irrita, não julga mal… O amor de Jesus é uma paixão pelo Pai e pelo mundo. Jesus ama os Zaqueus, as Madalenas, os ladrões… Isto escandaliza os fariseus.
Nós não conseguimos tanta proximidade a este amor de Jesus, porque “trazemos o tesouro em vasos de barro”, mas devemos tentar, por todos os meios ao nosso alcance, aproximar-nos dele o mais possível.
As Constituições insistem em algo muito importante: ir descobrindo em cada pessoa a imagem de Jesus Cristo. “Diante de quem sofre, devíamos estar de joelhos, como diante da custódia”, dizia a Madre Teresa de Calcutá, porque é Jesus que sofre.
O trabalho que fizermos em cada hora pode ser considerado uma “hora santa”, desde que seja com verdadeiro espírito. Estivemos com Jesus Cristo, uma vez que cada irmão é Jesus Cristo.
Sendo a caridade a virtude mais excelente, vivamos todos em caridade!

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