domingo, 24 de outubro de 2010

INÍCIO DAS ACTIVIDADES QUE CONSTAM DO PLANO ANUAL:


RETIRO, NO ROCHOSO!
Desta vez, o sacerdote convidado era muito optimista, ou seriam as lentes que o induziram em erro?
É que, quando começou, considerou-nos já com o processo de canonização concluído, e mostrou-se muito atrapalhado, pois afirmou: "Retiro às pessoas santas, meu Deus!"
E nós, que nos conhecemos minimamente, pensámos: "Devíamos sê-lo, por razões óbvias. Já ouvimos tanta coisa!..." Mas viver o que ouvimos?! Aqui está o cerne do atraso...
Contudo, não nos quer ver desalentados e falou-nos de esperança...
Tendo por base o documento do Papa Bento XVI, "Spes Salvi", alertou-nos para  o esforço que devemos fazer em ordem a alimentar e aumentar a virtude da esperança, em nós e nos outros.
Onde podemos ir buscar a esperança?
Busquemo-la:
- Na oração
- Na acção
- Vivamo-la na eternidade
O que nós aprendemos serve mais para a eternidade do que para aqui.
COMO FAZER ORAÇÃO?
Podemos abrir a Sagrada Escritura e fazer oração para nós. Isto parece muito fácil. Mas, se quisermos explicar aos outros como fazer, concretamente, já temos mais dificuldade.
O 1º e essencial "lugar" para a esperança é a oração.
"Quando já ninguém mais me escuta, Deus ainda me ouve", Bento XVI, SS-32
"Aquele que faz oração, jamais estará só".
Consideremos o exemplo do Cardeal Thuan: Esteve preso durante 13 anos, dos quais, 9 em isolamento total; no entanto, escutou Deus e, após a escuta atenta, falou com Ele. Nunca esteve só.
"A esperança não declina, mesmo nas noites de solidão".
Também já ouvimos falar das "noites escuras" de S. João da Cruz. Muitos santos passaram por estas "noites escuras". A Madre Teresa de Calecutá sentiu algo de semelhante...
Santo Agostinho diz que devemos considerar a oração um exercício do desejo. Se desejo, posso, porque Deus está comigo. Devemos deixar-nos invadir por Deus.
"Deixemos que Deus invada a vida que Ele nos deu, porque, a vida não é nossa, mas d'Ele.
Se o nosso coração tem vinagre, como pode ter mel?
Se tenho o coração sujo, como posso ser bom para o meu próximo?
Alguém deu uma achega: "O vinagre vem logo aos olhos. As pessoas zangadas ficam com os olhos tortos".
O modo correcto de fazer oração é deixar entrar Deus dentro de nós. É um processo de purificação interior que nos torna aptos para acolher os irmãos.
APRENDER: Deve fazer parte da nossa essência de cristãos.
"Faça-se a tua vontade e não a minha", orou Jesus ao Pai.
Jesus teve consciência de que devia ter este sentimento. Ele também era humano e tinha de fazer a vontade do Pai.
Encontramos no salmo 19 auxílio para a falta de esperança.
A 1ª disposição que devemos ter na oração é de louvor. Mesmo que estejamos tristes, preocupados, devemos louvar. Neste salmo, louvamos Deus pelo céu, pela terra, coisas simples. Nem precisamos de palavras, pois vemos as obras maravilhosas que Deus fez para nós.
"Aceita as palavras que saem da nossa boca. Queremos viver na bondade, na caridade. Deixemos que o nosso Criador nos invada, nos transforme, pois, por nós, o que faremos de bom?"
O não reconhecimento da nossa culpa é um erro terrível. "Dei-me conta de uma falha que eu podia resolver e culpei outra pessoa. Devo tentar encontrar soluções, sem fazer barulho, sem que os outros se apercebam da falha, ou da maneira como eu a remediei. Isto para que só Deus veja o que eu fiz". De facto, Alguém está sempre atento ao que eu faço!
Num frente a frente com Deus, abramos o nosso coração, mostremo-nos tal como somos. Aliás, nada podemos esconder a Quem sabe e vê tudo.
Temos alguns modelos que podemos seguir, alguns exemplos de santos, mas só para nos ajudarem a encontrar a nossa identidade. O modelo por excelência é Jesus Cristo.
A oração deve ser:
1º Pessoal-O confronto do meu "eu" com Deus. "Senhor, aqui estou!"
2º Guiada, Comunitária... guiada pelas grandes orações da Igreja: A Eucaristia, os Sacramentos, a Liturgia das Horas, a Adoração ao Santíssimo Sacramento.
A oração pessoal é tão importante como a comunitária. "Quando rezares, entra no teu quarto...", quer dizer, entra dentro de ti, esvazia-te de ti e faz lugar para Deus.
"Onde estiverem dois ou três reunidos, em meu nome, Eu estou no meio deles".
A esperança, em sentido cristão, é também para os outros. Tenho de me encher dela, pois não a posso dar aos outros sem a ter em mim. Em mim próprio é boa, mas é melhor quando passa para os outros.
Deus ama-nos como somos, mesmo que façamos coisas menos correctas. Isto é difícil de compreender, humanamente falando, mas Deus tudo pode e tudo decide.
Mas, se Deus nos ama, porque existe o sofrimento?
O sofrimento é o resultado da nossa finitude. Faz parte da vida.
Devemos aceitar a tribulação e tudo o que temos de sofrer, porque Jesus também sofreu e ainda sofre connosco. Não estamos sós. O sofrimento aceite passa a ser louvor a Deus.
A grandeza da humanidade determina-se, essencialmente, na relação com o sofrimento e com quem sofre.
Mesmo que eu sofra, vale a pena viver!

Não se consegue descrever tudo o que nos foi comunicado, tal foi a intensidade do conteúdo!
Após a primeira parte do tema, seguiu-se a oração comunitária do terço, na capela.
Almoço convívio, volante, foi alento para o nosso físico, já um tanto debilitado pelo esforço espiritual requerido pelo assunto tratado. Também dele nasceu a "esperança" de um redobrar de atenção e reflexão, durante a segunda parte, em que falámos de vida eterna, vivência da esperança.
RECAPITULANDO...
 Falar de vida eterna é falar de algo que não conhecemos.
Reflectiu-se sobre a parábola do rico e de Lázaro, que nos alerta para o fosso que podemos criar entre uns e outros, se não estivermos atentos, e também para o facto de, muitas vezes, esquecermos a pessoa que vive ao nosso lado, ou de agirmos como se essa pessoa não existisse. 
Tudo isto se deve à nossa incapacidade de amar o outro.
Quando o rico quis remediar a situação, o tempo já tinha passado, a oportunidade tinha sido desperdiçada, já não foi possível!
"Não deixem de se amar, para que não venham a arrepender-se!", conselho deixado no ar.
Porque se faz oração pelos que morreram?
Porque ninguém vive só. Os mortos vivem na vida eterna. Precisam de nós e nós precisamos deles.
Chegou a hora da Eucaristia:
Solenizada com cânticos e muito participada.
Reflexão sobre os Galileus mortos, por ventura merecendo menos a morte do que os que foram poupados; sobre os que foram atingidos pela Torre de Siloé, ao acaso, sendo que outros poderiam ter perecido, do mesmo modo.
Devemos estar preparados para eventualidades que possam surgir, no nosso percurso vital, não pensar que determinadas coisas só acontecem aos outros.
Com a parábola da figueira estéril também reflectimos sobre a necessidade de ter paciência e saber esperar que aquilo que nós pretendemos transmitir seja assimilado e dê o resultado segundo a nossa expectativa e não exigir impossíveis.
Será que fizemos tudo o que estava ao nosso alcance, para atingirmos os nossos objectivos? Utilizámos as estratégias adequadas e diversificámo-las? A quem imputámos a culpa da falta de fruto do nosso trabalho?
Depois da Eucaristia, houve um espaço de Adoração ao Santíssimo  exposto. Tudo estava preparado e esquematizado.
Numa reflexão sobre a Família de Nazaré, verificámos que era quase como as famílias actuais, mas apenas na composição dos seus membros, nunca nas vivências. O Menino Jesus era filho de Deus e tinha um pai adoptivo. S. José deixou Maria, embora em segredo, porque concebeu antes de viverem juntos. Foi um anjo que veio ilucidá-lo, explicando que existia ali acção divina, o Espírito Santo.
Foi preciso uma fé muito intensa e a aceitação incondicional da vontade de Deus, para que a Família Sagrada pudesse viver em harmonia, já que tudo era cheio de mistério!
O dia de trabalho chegou ao seu termo. Apesar de ter sido tão rico, parece que todos nos mantivemos muito àquem do grau de santidade que nos quiseram conferir no início.
Que Deus nos ajude a progredir e tenha, connosco, a paciência do dono da figueira estéril!

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