domingo, 9 de janeiro de 2011

FALAR DA FORMAÇÃO!

Não é muito fácil fazer a súmula desta formação. Mas, como vai, certamente, ser publicada na próxima Luz e Vida, vou abordar o tema muito ao de leve, apenas a título informativo, para as pessoas que não puderam estar presentes, nomeadamente os Servos Externos que, eventualmente, se lembrem de abrir o blog.
Ah! E para as nossas Missionárias!
VALORES HUMANOS
VALORES CRISTÃOS
Definição de valor:
O que é um valor?
É a atracção que a realidade exerce sobre nós;
É a bondade realizada na vida corrente;
Há muitos tipos de valores: económico, ético, estético, religioso...
Valor ético - avaliação que se faz das coisas pelo aspecto do bom, do mau, do bem, do mal;
Valor estético - apreço pela arte, nas suas mais variadas vertentes, pelo belo...
O que há de mais estimável no mundo é a pessoa humana (tu+eu). Tudo tem um preço, excepto a pessoa humana.
Para nós, o valor mais importante é o religioso: Deus está no topo da pirâmide dos valores. DEUS é o valor máximo. Mas isto não é válido para toda a sociedade. O religioso é um valor decisivo para os que têm fé, mas esta ideia tem de ser colocada entre parêntesis, pois não é válida para toda a gente.
Quem dá valor às coisas é o sujeito, embora as coisas em si tenham valor.
A admissão de Deus como valor invisível está em nós.
Os valores não dependem de nós, mas manifestam-se em nós.
Não há vazio de valor. Todas as culturas têm valores. Podem tê-los numa hierarquia errada, mas as culturas são feitas de valores.
A nossa hierarquia deve ser esta:
-Deus
-Bem
-Valor estético
Hierarquia perfeita, para nós!
Nos valores éticos, colocamos em primeiro lugar as pessoas;
Porque olhamos a vida como valor?
Nós olhamos para a nossa vida como totalidade das dimensões:
Corpo: todas as dimensões visíveis da nossa existência;
Espírito: todas as dimensões invisíveis; Cf. Deus Caritas Est.
UNIDADE ENTRE O CÉU E A TERRA
Não se podem separar realidades:
Céu/terra; homem/mulher; corpo/espírito; masculino/feminino;
A nossa espiritualidade tem de ser de reunião da alma e do corpo. O que importa é a salvação da alma, se for a totalidade do meu ser.
Não podemos abstratizar nada em nós, nem o corpo, nem o espírito.
UNIFICAR OS TEMPOS: Oração e Acção;
Jesus ensinou-nos a unificar a vida: "Meu Pai trabalha e Eu também trabalho".
Para os cristãos, há só uma vida e uma vocação: fazer a obra de Deus, seja orando, seja trabalhando, seja julgando... Esta é a nossa definição de vida.
Não podemos ter pessoas a trabalhar abaixo da dignidade.
ACÇÃO: moral, teoria e trabalho.
Toda a nossa vida é acção e toda a nossa acção deve ser oração.
Os cristãos dignificaram as três formas de acção, na base da dignidade da pessoa: VER, JULGAR, AGIR;
As três têm um valor diferente: primeiro, a moral, depois, a teoria, a seguir, o trabalho;
Não podemos alterar esta hierarquia.
Jesus é que nos disse que toda a pessoa tem toda a dignidade de ver, julgar e agir. Temos de manter a ligação entre as mãos, a cabeça e o coração.
ORAÇÃO e ACÇÃO
Existe diferença entre estes dois conceitos.
Jesus ensinou-nos a unificar a vida: a oração é o centro da vida, mas o centro não se situa fora da vida. Sem oração, não há vida.
Para Jesus, a oração é a respiração da vida, por isso, antes de iniciar uma missão importante, ou quando a terminava, Se retirava para rezar.
A oração é o centro da acção e o seu fermento.
Não há vida humana, sem oração. Na oração, tomamos conhecimento de Deus. O que sabemos nós de Deus?
"A Deus, ninguém jamais O viu..."
ACÇÃO e PAIXÃO
São duas faces da mesma moeda. Paixão de sofrer o que acontece. A vida é agida e padecida. Deus dá-nos a vida sob a forma de paixão. A acção é a visibilidade da paixão de viver.
"A Obra que nasceu de uma grande paixão não pode morrer! E a vossa Obra surgiu de uma enorme Paixão do vosso Fundador, D. João de Oliveira Matos!"
Uma obra não se cria por mérito humano! Cai-nos nas mãos, vinda de Deus. Tem de ser aceite e urge imprimir-lhe uma dinâmica, a dinâmica que Deus inspira ao Fundador.
PAIXÃO e PRAZER
O prazer é o coroamento da acção e da paixão. A vida padecida(sofrida) é a única origem do prazer.
O prazer é sinal da vida bem vivida.
O prazer é moralmente bom, quando coroa a vida bem vivida!

AS TRÊS FACES DA AMOR
EROS - a proximidade corporal, o erótico, a carícia, o interesse... Gratificação sensível, corporal...
FILIA - a amizade, o gosto da troca verbal, o desinteresse... Não tem tanta ligação ao sensível...
AGAPE - o amor que vem de Deus, a gratuidade, o dom... Relação de intimidade com Deus e comunicação dos Santos. Amizade imerecida, recebida gratuitamente...
A UNIDADE DOS TRÊS AMORES
Os três amores não são separáveis uns dos outros. Ninguém pode viver só de um deles. Deus está presente nos três: em eros, em filia, em agape. Os três têm valor, dentro de uma ordem de valores. Todas as acções humanas são dos três amores.
O que aconteceu ao eros, nos nossos dias? Foi envenenado? Cf. Deus Caritas est.
O individualismo é que envenena eros. Eros procura o divino por um caminho errado. Eros carece de purificação.
Eros anda muito deturpado e gera grandes confusões. Daí os problemas da nossa sociedade hodierna.
Há que esclarecer mentes e clarificar ideias.
Até o estatuto de homem e mulher andam confusos, porque fixar-se cada um no seu estatuto é uma tarefa, na qual todos nos devemos empenhar.
Eros sem filia não tem razão de ser e os dois sem agape não são próprios da pessoa humana e muito menos do cristão!

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