sábado, 6 de abril de 2013

RESSURREIÇÃO DE JESUS segundo São Lucas (Lc 24,13-35)


Foram estes dois homens sem esperança, que o Pe Zézinho vem cantando, há várias décadas, que hoje, na atividade espiritual, realizada na Ruvina, para Servos de Jesus e simpatizantes, nos deram um trabalho que ninguém imagina, dos que não participaram, claro!
Mas não saímos de lá contagiados por eles negativamente. Parece que conseguimos dar a volta ao texto, ver/compreender a realidade da Ressurreição de Jesus e todos nos propomos passar a PALAVRA para a vida do dia a dia.
Lemos o texto muitas vezes, e, em cada leitura, descobríamos coisas novas.
Vimos que, no início do texto, os discípulos vão tristes e no final estão alegres e não conseguem ficar parados. Voltam a Jerusalém, mas não para as muralhas, voltam para a NOVA Jerusalém a comunicar aos ONZE e aos companheiros o que lhes aconteceu. Este grupo é o início da Igreja, à qual nós pertencemos. Sentem, deste modo, a necessidade de transmitir a mensagem da Ressurreição.
Concluímos que o que provoca esta mudança neles é a presença de Cristo Ressuscitado e que o reconhecimento do Ressuscitado se concretiza na fração do pão.
Tinham os olhos do corpo impedidos de O reconhecer. Só quando estes se fecharam e se abriram os do coração é que conseguiram ver com toda a clareza.
A razão procura, mas quem encontra é o coração.
Os dois discípulos de Emaús decidem abandonar a cidade de Jerusalém, desiludidos, frustrados. Pensavam que Jesus ia redimir Israel (atribuiam-Lhe poder temporal) e, afinal, tudo tinha acabado. Ele tinha morrido crucificado. Umas mulheres andaram a dizer que o viram ressuscitado, mas quem acredita nas mulheres?
"Nesse mesmo dia..." No próprio dia da Ressurreição...
Jerusalém (em Lucas) Cidade da Paz, da Glória, onde aconteceu a Ressurreição...
Emaús (para Lucas) cidade do vazio, do sem sentido, do desencanto. Ainda hoje não se sabe localizar...
Os dois discípulos iam a caminho... Continuar no caminho é importante!
Jesus vai ao seu encontro e põe-se a caminhar com eles, a andar para trás, como eles, mas não os abandona... A visão meramente exterior de Jesus leva-os à frustração.
Jesus explica-lhes a Palavra... começando por Moisés e pelos Profetas, explica-lhes as Escrituras...
Jesus parte o pão... Jesus fica com eles ... recita a bênção, parte o pão e entrega-lho.... neste momento abrem-se-lhes os olhos do coração e reconhecem-No. Então, Jesus desaparece...
Os discípulos voltam para Jerusalém...  Jerusalém simboliza o sentido da plenitude. Partem imediatamente... Só o encontro com Jesus vivo é capaz de mudar o sentido da nossa existência.
APLICAÇÃO À NOSSA VIDA:
A narração dos discípulos de Emaús é um fiel reflexo da celebração da Eucaristia.
Comparemos as partes em que se divide a nossa Eucaristia com as secções que integram a narração:
Ato Penitencial-caminho errado-observamos que, muitas vezes, mudamos de direção no caminho e que deixamos Jerusalém a caminho de Emaús. Mesmo no caminho errado, Jesus vai ao nosso lado, não nos abandona...
Leitura da Palavra de Deus-proclamação do Palavra. Voz de Deus que tem algo para nos transmitir para a nossa vida...
Liturgia Eucarística-já voltados para o Senhor, participamos na fração do pão. Compreendemos o que estamos a fazer? É preciso ter fome para se poder saborear...
Bênção final e despedida-somos convidados a ir anunciar o que recebemos. A participação na Eucaristia motiva todo o cristão a converter-se em missionário, Missionário da Ressurreição de Jesus. Por isso o nosso Fundador fez uma regra que diz: "ouçam a santa missa e comunguem todos os dias com a maior devoção e fervor". Sempre nos quis com espírito de missão.

Antes deste texto, ainda meditamos outro: "as mulheres vão ao sepulcro" e refletimos a 2ª catequese do Papa Francisco, que, como acontece no texto anterior, evendencia algumas das qualidades e capacidades das mulheres. Ainda bem que se vai fazendo justiça, pois dar a cada um o que merece não é tão fácil como parece!
Seguiu-se o já habitual almoço, que era mesmo de Páscoa. Na opinião do orientador da atividade, o Pe Helder Lopes, este é um momento importante do dia, já que refletir com profundidade gasta muitas energias que é necessário repor, para se manter o equilíbrio.
Também é o tempo de rever e conversar com as pessoas que não temos oportunidade de encontrar todos os dias.
Após o almoço e um intervalo, fizemos meia hora de adoração, em silêncio, com bênção do Santíssimo, à qual se seguiu a celebração da Eucaristia, que não foi de "corpo presente", porque tínhamos sido alertadas para o perigo de deixarmos passar momentos tão importantes, sem os vivermos conscientemente.
Vamos continuar a estar alerta. Sabemos que não é com os olhos do corpo que devemos ver, mas com os do coração! "O essencial é invisível aos olhos. Só se vê bem com o coração", Saint Exupéry.

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