domingo, 4 de maio de 2014

Mensagem do Assistente Geral da Liga dos Servos de Jesus enviada a cada um dos Servos internos e externos


 

Maria, o mês de maio,
umas quantas cidades e lugares…
O mês de maio desde há muito que é consagrado a Maria, Mãe de Deus. À medida que a descristianização avança, pelo menos numericamente, pode acontecer que Maria deixe  de ser celebrada de forma solene entre as pessoas mais novas. Mas quem desconhecerá o fenómeno de Fátima? Quem nunca terá ouvido falar dos pequenitos da cova da Iria? Quem haverá que não os veja nalguma pagela ou em suas casas? O mês de maio é e será sempre o mês de Maria. O dia 13 de maio há muito que se tornou, em Portugal, o epicentro da espiritualidade mariana.
São três os principais mistérios de Maria. Eles ocorreram há mais de dois mil anos em terras de Israel.
Nazaré – Provavelmente terra natal de Maria. Terra das núpcias de José com Maria. Terra do convite de Deus, através do anjo a Maria para que assumisse uma maternidade singular. Terra da Incarnação do Verbo de Deus. Terra dos esponsais de Maria. Terra do primeiro lar de Deus / Emanuel. Nazaré é terra do mistério da Vocação e dos compromissos vocacionais. Terra que posteriormente acolheu o recém-chegado do Egipto. Terra que viu crescer o “Menino” até se tornar adulto. Terra onde José terá “fechado os olhos” depois de se despedir de Maria e de Seu Filho. Terra onde os habitantes, por falta de fé, pouco usufruíram dos sinais salvíficos de Jesus. Terra donde nunca tinha vindo, alguma vez, “coisa boa”. Terra que subiu ao topo de uma cruz, por ordem de Pilatos. Nazaré bem conhecida de todos, pois que a sentença da condenação de Jesus fora escrita em três idiomas diferentes. Nazaré terra do arcanjo Gabriel.
Belém – Arrabaldes de Jerusalém… “nem por sombras a mais pequena entre as cidades de Israel ”. Terra de pastores e terra onde se cultivava o pão. Terra de Elimelec esposo de Noemi, que, depois de viúva, aceitou ficar com sua nora Rute vivendo ambas, por essas paragens, durante muito tempo. Foi do casamento de Rute com Booz que nasceu Obed, avô de David. Terra que serviu de palco ao primeiro recenseamento. Por esse motivo aí nasceu o filho de Maria. Com esse nascimento Nazaré tornou-se agora a terra do “Pão” por excelência. Belém terra do mistério do nascimento de Jesus. Nela, foram também mortas as crianças com menos de dois anos de idade. Pretendia-se assim apanhar o “rei dos Judeus”. Em Belém se ouviu um clamor infindo. “Ramá chora os seus filhos e não quer ser consolada, porque já não existem”. Belém terra da maternidade única. Nela, Maria deu à luz o Filho de Deus. Terra onde pela primeira vez os anjos cantaram a Paz… para os homens de boa vontade.
Jerusalém – A cidade Santa, a cidade das Peregrinações, do Templo, das Festas. A cidade perdida e chorada. “ Se eu de ti me não lembrar Jerusalém… fique presa a minha língua”. Jerusalém a cidade de David; cidade que matou profetas e que não quis ser reunida face ao convite de Jesus. Cidade jamais esquecida. Cidade cobiçada de todos. Cidade onde morriam os grandes profetas. Cidade das apresentações dos recém-nascidos, no Templo e dos sacrifícios. Também da Apresentação do Menino e da Purificação de Maria. Cidade dos “doze anos” do Menino e do primeiro encontro com os doutores da Lei. Cidade da Páscoa anual e de todas as outras festas. Cidade das grandes controvérsias, dos milagres e do perdão de Jesus. Cidade da última ceia, da traição, da condenação, da morte e ressurreição de Jesus. Cidade onde os apóstolos permaneceram até ao Pentecostes. Cidade palco da descida do Espírito. Cidade eterna. Cidade de Deus. Jerusalém imagem da cidade última, da cidade nova descrita no livro do Apocalipse. “Vi a cidade Santa a Nova Jerusalém que descia do céu, pronta como noiva para o seu esposo”. Cidade onde o anjo da agonia marcou presença.
Muitos dos mistérios ocorridos em /com Maria encontram-se relacionadas, no tempo e no espaço, com estas três cidades. Certamente que haverá outras: Ainkarim, Caná da Galileia, Cafarnaum e porque não Betânia... Todos estes lugares reais são simbólicos e teológicos e não deixam de nos falar dos mistérios salvíficos.
O mês de maio, mês de Maria, encontra-se, entre nós, relacionado com os pastorinhos e com Fátima. Fátima que se tornou mais um outro local e uma outra terra da Senhora e do Seu Filho. A meu ver, também em Fátima se encontram representadas, a seu modo, as cidades acima descritas. Falo de: Aljustrel, Fátima, Loca do Cabeço, Valinhos, Cova da Iria e outros lugares. Maria, a Senhora de Fátima, envolveu-se de uma outra maneira, não menos rica, com eles e em cada um deles imprimiu o seu carinho maternal. Neste carinho, Maria patenteia-nos a Nova Jerusalém do Alto.
Mais importantes que todos os lugares tornam-se as pessoas que os habitaram e habitam ou porventura aí se deslocam. As cidades tornam-se conhecidas e importantes por força das pessoas que com as mesma se relacionam. E porque os pastorinhos foram realmente grandes, daí a grandeza desses lugares.
Mais importante do que o lugar onde eu possa habitar, hei-de ser eu próprio(a), a minha pessoa, e o serviço que presto aos outros.
É por isso que o meu convite para este mês de maio de 2014, consiste em pedir-vos, que façais com que Jesus e Maria, habitando em vós, deem ainda mais sentido à vossa vida, sempre ao serviço dos outros.
Se tal acontecer como será grande o lugar e a comunidade onde habitais. Cada uma de vós tornar-se-á cidade de Deus “bela e harmoniosa”. Maria não deixará de estar presente e de carinhosamente vos enriquecer ainda mais.

Guarda, 2014-05-01

P. Alfredo Pinheiro Neves

(Assistente Geral)

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