segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Homilia do Encontro, no Rochoso!

O Logotipo de S. Paulo
e D. João de Oliveira Matos

As datas: Quer para S. Paulo quer para o Sr. D. João, as datas não têm grande importância. O facto de eles estarem em e com Deus torna-os eternidade com o mesmo Deus. O tempo é algo que a nós nos diz respeito, permitindo a nossa referência em contexto histórico. Aos que partiram, já nada deste mundo lhes diz respeito
A Cruz: Tanto em S. Paulo como em D. João, a cruz foi determinante. “…Longe de mim gloriar-me a não ser na cruz de Cristo”. Em D. João, o seu amor à cruz, à paixão de Jesus Cristo (primeira missa no altar do calvário na Igreja do Fundão), os sofrimentos, ataques pessoais, o contexto histórico em que viveu, os trabalhos de e com a fundação da Liga e suas Casas, a mão que empunha a cruz (ver as suas armas de bispo) tudo isso é sinal de vitória, amor, salvação e ressurreição.
A Espada: Neste momento, o bom combate está realizado em ambos. Ambos terão recebido de Jesus, também, a coroa de glória, sempre reservada aos servos fiéis. “ Vinde, benditos de meu Pai, recebei em herança (o troféu) o Reino…; Qual deles não lutou com afinco pelos seus objectivos?
O Livro: Paulo, neste momento, já não necessita de escrever mais cartas. A única que soube escrever foi a carta que é cada um de nós. Ele escreveu em cada um de nós com um estilete que é próprio e específico, o Espírito Santo, o Qual não se apaga nem se esgota, nem pode ser destruído ou apagado. Também o Sr. D. João pode descansar, porque as regras da Liga, as Constituições, e outros escritos foram elaborados com o testemunho da vida de cada elemento da Liga. Esta é a grande carta escrita por ele e leva mais de 80 páginas onde, cada servo, seja ele interno seja externo, é mensagem única e irrepetível, dentro da única carta.
As Algemas: Em Paulo, a Palavra de Deus nunca esteve algemada; Paulo, ainda que preso, sempre foi um homem livre, o único que o conseguiu algemar e pelo qual se deixou prender foi Jesus Cristo. Face a Ele (Cristo), tudo considerou como esterco. Também D. João, preso aos seus deveres de sacerdote, de Fundador, de Bispo, sempre preso à sua Diocese ou a D. Vieira de Matos, de tudo se libertou e, ainda hoje, conserva a única cadeia que o prende, o Amor a Deus Pai e ao Reino de seu Filho, Jesus, até ao momento em que Jesus entregue, de modo definitivo, esse Reino, a seu Pai.
A Chama: Se todos estes símbolos podem desaparecer, em Paulo a única realidade que há-de subsistir sempre é a chama da Caridade / Amor. Pois que o amor é para sempre. À semelhança de Jesus Cristo, também Paulo apaga a torcida que ainda fumega. O mesmo acontece com D. João. O Amor / a Caridade é para sempre. Ainda hoje, D. João olhará para a Liga, que, porventura com chama “mortiça” ou quase a apagar-se, porque alimentada do amor verdadeiro, não morrerá. Ou então, tal como na sua vida, D. João, com plena liberdade e entusiasmo, continuará a dizer ao Pai: “se não for para a TUA GLÓRIA, que a aniquiles”. “ O mais importante, Senhor, é a Tua Glória”. “Esta há-de ser a chama que jamais se extinguirá”.
Rochoso, 2009-01-17
P. Alfredo Pinheiro Neves

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