A LIGUA
GEM ESPECÍFICA
A LINGUAGEM ESPECÍFICA DE DEUS
GEM ESPECÍFICA
(mês março)
Não me foi fácil entender e fazer-me
entender com os nativos de Kilenda – Gabela e outras terras de Angola por onde
passei não há muito tempo. Apesar da língua de Camões nos tornar mais próximos
uns dos outros, o desconhecimento mútuo da regular construção frásica, os
dialetos existentes e as expressões próprias dos nativos, dificultavam um pouco
o pleno sentido da nossa relação. Diria a minha mãe se lá tivesse estado comigo:
- “Arre…! Fala-se em alhos e entendem bogalhos”. Talvez eles pensem o mesmo de
nós e o exprimam de forma diferente.
Com
mais graça, acudia-me a irmã Conceição Alpendre, sempre bem-disposta e em jeito
de anedota recordando o diálogo de um pai no registo civil, sem a mãe pudesse
estar presente para fornecer os dados corretos:
- Então que nome dá o senhor pai à sua criança?
– perguntava o escrivão.
- A mãe disse c‘ Ana.
- O quê?
- Nova resposta do pai: - “ presc’ana ”;
- Que quê? – perguntou de novo o escrivão.
- Olhe, já na sei: “ prant ´Ana”.
Assim se
registou um novo nome muito “sui generis” do novo membro da família: “PRANTANA”.
Mudando de assunto e na
sequência do mesmo.
O nosso
Deus estabeleceu e estabelece connosco a Sua relação pessoal num idioma muito
mais simples mas extremamente exigente que foi e é a caridade; numa linguagem
simplificada traduzida sempre por gestos de amor.
O AMOR é
a única comunicação possível de Deus connosco e a comunicação necessária de nós
com Deus e com os outros.
É assim
que para nós cristãos, deve ser entendido este tempo de Quaresma, de Semana
Santa, de Páscoa e posterior tempo pascal. Tempo de Amor.
Com
muito mais razão assim deve ser entendido e se impõe a todos nós que integramos
a Liga dos Servos de Jesus.
Quando o
cristão sabe entregar a sua vida como Jesus o fez, não deixa de receber uma
nova vida em tudo idêntica à de Deus. Citemos a título de exemplo
“ Deus não poupou o Seu Filho mas entregou-O
por nós”.
“ Eu vim para que tenham vida e a tenham
em abundância”.
“ Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a
vida pelas suas ovelhas”.
“ Ninguém me tira a vida, sou eu que a
dou”.
“ Tal como eu fiz, assim deveis fazer vós
também”.
“ O servo não é mais que o seu Senhor.
Basta que o servo seja como o seu Senhor”.
Estas afirmações de Jesus lançam o máximo de luz
sobre o sentido do dar a vida”, do valor
da cruz, da dor, do sofrimento e da própria morte.
A
linguagem da cruz é a linguagem do amor. A cruz, como diz S. Paulo, será sempre
“loucura” para os pagãos, “maldição” para os judeus mas para nós, que seguimos
a Jesus Cristo, “Sabedoria” de Deus, linguagem de salvação, de amor e de
perdão. Nós pregamos Jesus Cristo, mas Jesus Cristo crucificado. Digo mais,
Cristo que morreu e ressuscitou.
Hoje,
mais do que nunca, o nosso Deus continua a falar connosco a Sua linguagem de Amor.
Urge a todos nós, saber responder-Lhe com dinâmica igual.
O amor
de Deus deve repousar em nós. O Amor de Deus deve-nos consagrar e constituir-nos
linguagem específica de Deus para o mundo de hoje e de sempre.
Deste
modo poderemos então entender a profundidade do nosso Fundador quando nos dizia:
“ Enquanto as comunidades não forem comunidades
de amor, nada se conseguirá”.
Este
ano propusemo-nos desde o início, fazer de todas as nossas comunidades
verdadeiros ícones da Trindade. A Trindade é e será sempre Comunidade de Amor
pleno e perfeito. Todas as comunidades
devem tender para ela.
A
Liga dos Servos de Jesus conseguiu e foi sempre mais resplandecente e viva,
quanto mais cada servo soube cultivar e reproduziu em si e para os outros a
linguagem de AMOR / CARIDADE. Ou seja: amar o Outro como o Próprio Deus o Ama.
Certamente
ainda hoje poderemos fazer mais e melhor. Urge pois continuar. É que o Amor
nunca se esgota. Amor gera amor.
A
caridade nunca acaba. É para sempre.
Guarda,
2014-03-01
P. Alfredo Pinheiro Neves
(Assistente
Geral)
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