sábado, 8 de março de 2014

Mensagem do Assistente Geral para o mês de março e... pequenos flaxes da viagem à Kilenda!




                              A LIGUA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GEM ESPECÍFICA
 
                                          A LINGUAGEM ESPECÍFICA DE DEUS
                                                                                                                           (mês  março)

Não me foi fácil entender e fazer-me entender com os nativos de Kilenda – Gabela e outras terras de Angola por onde passei não há muito tempo. Apesar da língua de Camões nos tornar mais próximos uns dos outros, o desconhecimento mútuo da regular construção frásica, os dialetos existentes e as expressões próprias dos nativos, dificultavam um pouco o pleno sentido da nossa relação. Diria a minha mãe se lá tivesse estado comigo: - “Arre…! Fala-se em alhos e entendem bogalhos”. Talvez eles pensem o mesmo de nós e o exprimam de forma diferente.
Com mais graça, acudia-me a irmã Conceição Alpendre, sempre bem-disposta e em jeito de anedota recordando o diálogo de um pai no registo civil, sem a mãe pudesse estar presente para fornecer os dados corretos:
- Então que nome dá o senhor pai à sua criança? – perguntava o escrivão.
- A mãe disse c‘ Ana.
 - O quê?
- Nova resposta do pai: - “ presc’ana ”;
- Que quê? – perguntou de novo o escrivão.
- Olhe, já na sei: “ prant ´Ana”.
Assim se registou um novo nome muito “sui generis” do novo membro da família: “PRANTANA”.
                     Mudando de assunto e na sequência do mesmo.
O nosso Deus estabeleceu e estabelece connosco a Sua relação pessoal num idioma muito mais simples mas extremamente exigente que foi e é a caridade; numa linguagem simplificada traduzida sempre por gestos de amor.
O AMOR é a única comunicação possível de Deus connosco e a comunicação necessária de nós com Deus e com os outros.
É assim que para nós cristãos, deve ser entendido este tempo de Quaresma, de Semana Santa, de Páscoa e posterior tempo pascal. Tempo de Amor.
Com muito mais razão assim deve ser entendido e se impõe a todos nós que integramos a Liga dos Servos de Jesus.
Quando o cristão sabe entregar a sua vida como Jesus o fez, não deixa de receber uma nova vida em tudo idêntica à de Deus. Citemos a título de exemplo

“ Deus não poupou o Seu Filho mas entregou-O por nós”.

“ Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”.

“ Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas”.

“ Ninguém me tira a vida, sou eu que a dou”.

“ Tal como eu fiz, assim deveis fazer vós também”.

“ O servo não é mais que o seu Senhor. Basta que o servo seja como o seu Senhor”.

Estas afirmações de Jesus lançam o máximo de luz sobre o sentido do dar a vida”, do valor da cruz, da dor, do sofrimento e da própria morte.
A linguagem da cruz é a linguagem do amor. A cruz, como diz S. Paulo, será sempre “loucura” para os pagãos, “maldição” para os judeus mas para nós, que seguimos a Jesus Cristo, “Sabedoria” de Deus, linguagem de salvação, de amor e de perdão. Nós pregamos Jesus Cristo, mas Jesus Cristo crucificado. Digo mais, Cristo que morreu e ressuscitou.
Hoje, mais do que nunca, o nosso Deus continua a falar connosco a Sua linguagem de Amor. Urge a todos nós, saber responder-Lhe com dinâmica igual.
O amor de Deus deve repousar em nós. O Amor de Deus deve-nos consagrar e constituir-nos linguagem específica de Deus para o mundo de hoje e de sempre.
Deste modo poderemos então entender a profundidade do nosso Fundador quando nos dizia:
  “ Enquanto as comunidades não forem comunidades de amor, nada se conseguirá”.
Este ano propusemo-nos desde o início, fazer de todas as nossas comunidades verdadeiros ícones da Trindade. A Trindade é e será sempre Comunidade de Amor pleno e perfeito. Todas as comunidades devem tender para ela.
A Liga dos Servos de Jesus conseguiu e foi sempre mais resplandecente e viva, quanto mais cada servo soube cultivar e reproduziu em si e para os outros a linguagem de AMOR / CARIDADE. Ou seja: amar o Outro como o Próprio Deus o Ama.
Certamente ainda hoje poderemos fazer mais e melhor. Urge pois continuar. É que o Amor nunca se esgota. Amor gera amor.
A caridade nunca acaba. É para sempre.

Guarda, 2014-03-01

P. Alfredo Pinheiro Neves
(Assistente Geral)
 

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