domingo, 11 de maio de 2014

Testemunho da Ir. Felicidade Ramos, Coordenadora da Casa de Cristo Rei - Ruvina - sobre a Ir. Conceição Geada





A Irmã Conceição depois de estar um ano  no  Outeiro de São Miguel o Senhor D. João  enviou-a para a Casa de Cristo Rei – Ruvina para cuidar das meninas do Internato e da Creche. Aqui se gastou e se deu generosamente a Deus  nas pessoas  que ajudava. Quando eu vim para o Colégio da Ruvina, com apenas 11 meses de idade, foi ela que me acolheu e tratou de mim assim como a muitas meninas que já aqui se encontravam. Tratou-nos sempre como filhas. Ensinou-nos a crescer física e moralmente. Preparava-nos para a Sagrada  Comunhão com muito esmero. Com ela aprendemos a rezar e a amar a Jesus e a Nª Senhora por quem ela tinha uma particular devoção. Havia no Colégio da   Ruvina um posto escolar e era ela que, como Regente, nos dava aulas. Era muito exigente, mas ficávamos muito bem preparadas.
Na época  natalícia todos os anos fazíamos uma festa de palco que desenvolvia as nossas capacidades artísticas e, simultaneamente, era para nós uma grande catequese. O Senhor D.  João vinha sempre assistir.
 Enquanto pôde tocou sempre o órgão na Capela  quer nas Eucaristias, Adorações, Terço , etc. Ensaiava-nos para as principais festas  Litúrgicas. O  órgão fazia parte do alimento dela.  A música foi um dom que Deus lhe deu  e que ela sempre gostou  de colocar ao serviço da Comunidade  criando um ambiente alegre e sempre de Louvor ao Senhor. Tinha um temperamento forte e todas tínhamos que fazer o que ela dizia.
Foi sempre perseverante na sua vida de oração. Nunca faltava à meia hora diurna nem   à adoração noturna que sempre fez até a saúde  e as forças lho permitirem.
Pedia licença para tudo. Eu muitas vezes dizia-lhe : não é preciso pedir tantas licenças… ao que ela me respondia:  «foi assim que os meus Superiores me ensinaram».
Esteve um ano sem sair do quarto. Queixava-se  dizendo que gostava de acompanhar as Irmãs, mas que não tinha pernas para andar. Esforçou-se por não dar trabalho. Fez sempre a higiene dela. Todos os dias recebeu a Sagrada Comunhão.
Também o nosso  Pároco, Senhor Padre Helder, que a visitava  quase todos os dias lhe administrou a Santa Unção e ajudou-a a suavizar a doença escutando os seus desabafos.
Agora só me resta dizer-lhe que não se esqueça da Liga dos Servos de Jesus, que ela  tanto amou, e que interceda junto de Deus para que o Venerável Senhor D. João de Oliveira Matos suba aos  altares. Como ela tantas vezes dizia… «eu não quero morrer sem ver o Senhor D. João nos altares»

P.S.  Tinha muito mais para escrever sobre a Ir. Conceição, mas prefiro guardar e meditar no meu coração.

                                                                                                           Felicidade Ramos
Notas:  A Ir. Maria da Conceição Pinto Geada
             Nasceu na Orca, concelho do Fundão, no dia 03-03- 1921
             Entrou para a Liga dos Servos de Jesus no dia 28-04-1941
             Fez a sua Consagração, no Outeiro de São Miguel no 15-11-1941
             Faleceu na Casa de Cristo Rei – Ruvina no dia 02-05-2014

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