A Irmã Conceição depois de estar um ano no
Outeiro de São Miguel o Senhor D. João
enviou-a para a Casa de Cristo Rei – Ruvina para cuidar das meninas do
Internato e da Creche. Aqui se gastou e se deu generosamente a Deus nas pessoas
que ajudava. Quando eu vim para o Colégio da Ruvina, com apenas 11 meses
de idade, foi ela que me acolheu e tratou de mim assim como a muitas meninas
que já aqui se encontravam. Tratou-nos sempre como filhas. Ensinou-nos a
crescer física e moralmente. Preparava-nos para a Sagrada Comunhão com muito esmero. Com ela aprendemos
a rezar e a amar a Jesus e a Nª Senhora por quem ela tinha uma particular
devoção. Havia no Colégio da Ruvina um
posto escolar e era ela que, como Regente, nos dava aulas. Era muito exigente,
mas ficávamos muito bem preparadas.
Na época
natalícia todos os anos fazíamos uma festa de palco que desenvolvia as
nossas capacidades artísticas e, simultaneamente, era para nós uma grande
catequese. O Senhor D. João vinha sempre
assistir.
Enquanto pôde tocou sempre o órgão na
Capela quer nas Eucaristias, Adorações,
Terço , etc. Ensaiava-nos para as principais festas Litúrgicas. O
órgão fazia parte do alimento dela.
A música foi um dom que Deus lhe deu
e que ela sempre gostou de
colocar ao serviço da Comunidade criando
um ambiente alegre e sempre de Louvor ao Senhor. Tinha um temperamento forte e
todas tínhamos que fazer o que ela dizia.
Foi sempre perseverante na sua vida de
oração. Nunca faltava à meia hora diurna nem
à adoração noturna que sempre fez até a saúde e as forças lho permitirem.
Pedia licença para tudo. Eu muitas vezes
dizia-lhe : não é preciso pedir tantas licenças… ao que ela me respondia: «foi assim que os meus Superiores me
ensinaram».
Esteve um ano sem sair do quarto.
Queixava-se dizendo que gostava de
acompanhar as Irmãs, mas que não tinha pernas para andar. Esforçou-se por não
dar trabalho. Fez sempre a higiene dela. Todos os dias recebeu a Sagrada
Comunhão.
Também o nosso Pároco, Senhor Padre Helder, que a
visitava quase todos os dias lhe
administrou a Santa Unção e ajudou-a a suavizar a doença escutando os seus
desabafos.
Agora só me resta dizer-lhe que não se
esqueça da Liga dos Servos de Jesus, que ela
tanto amou, e que interceda junto de Deus para que o Venerável Senhor D.
João de Oliveira Matos suba aos altares.
Como ela tantas vezes dizia… «eu não quero morrer sem ver o Senhor D. João nos
altares»
P.S.
Tinha muito mais para escrever sobre a Ir. Conceição, mas prefiro
guardar e meditar no meu coração.
Felicidade Ramos
Notas: A Ir. Maria da Conceição Pinto Geada
Nasceu na Orca, concelho do Fundão,
no dia 03-03- 1921
Entrou para a Liga dos Servos de
Jesus no dia 28-04-1941
Fez a sua Consagração, no Outeiro
de São Miguel no 15-11-1941
Faleceu na Casa de Cristo Rei –
Ruvina no dia 02-05-2014
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